segunda-feira, 31 de maio de 2010

Todos os heróis, os capitães do ato, todos aqueles em mim com o poder de criar, de explodia a vida, aqueles que roem as grades com mordidas, que sabem andar nas paredes, que conseguem tocar o escuro. Todos eles estão banidos, foram encarcerados a força no futuro, são ecos de gritos que jamais existiram.

Deram corda em mim, mas o oxigenio está pra acabar.

domingo, 11 de abril de 2010

Sinto um grito abafado no escuro do peito. Muita vontade de inventar um Deus

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

...num sol escaldante de uma tarde no interior senti a força da realidade invadindo os olhos e esparramando meu corpo no concreto aspero em que me ajoelhava. Mãos pousadas firmes sobre um tecido branco que cobria um cão. 
"Porque botar isso em cima dele?"  Perguntei - "ahhh eu também não gosto de ver né."

Encontrei o amor nessa tarde. E enquanto forçava o orgulho pra não chorar, um cachorro  morreu em minhas mãos

Fuga do Prólogo

Era fato que estava perdido. Mas precisava repetir tal fato pra si mesmo a todo momento, como se por acaso a lucidez da doença acompanhasse sua cura. Mas não. Longe de um fim, cada vez mais seu ser se dissipava de qualquer identidade, já não encontrava referencias sobre si mesmo e qualquer coisa dita de fora sobre ele parecia uma surpresa da ignorancia. Pensava "estão errados" " nada sabem de mim e tiram conclusões ignorantes " porem quando navegava sobre si em busca de alguma forma para formata-lo encontrava apenas nuvens.
Aos poucos até a memória, cansada das noites mal dormidas, dos dias sem começo, decidiu por abandona-lo e caiu sob um sono tão profundo que se tornou impossivel desperta-la e tudo quanto ele podia se lembrar agora, não passavam de sonhos confusos de sua memória adormecida.

Descansou os olhos enquanto fitava a neblina pesada a sua frente, o unico ponto fixo eram as ondas que rugiam abaixo dele anunciando a tempestade.
Sem cerimonia entregou-se a ela.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Foi quando eu morri pela primeira vez que percebi que a certeza era mais uma dessas brincadeiras infantis inventadas em tempos esquecidos. Para que não parecessem brincadeiras irrelevantes, acreditei nelas, tão forte possivel quanto minha ignorancia permitiu. Costurei para mim um manto da verdade (que me cubrisse por completo, deixando apenas dois pequenos orificios nos olhos, para que meu olhar rebelde não pudesse ir em outra direção que não fosse a minha frente, meu horizonte reto, concreto e linear), semeei no escuro um chão onde eu pudesse sentir alguma firmeza ao caminhar e treinei meus passos para que não corrompessem o caminho. Eu me fiz certo.

Só quando escutei o movimento dos labios dela que tudo ruiu, envelheceu, rachou e desmoronou dentro. Eu não havia percebido. Fui assassinado pela primeira vez por volta das 3 da manha de uma noite de festa, morri afundando submerso pela agua escura que me envolvia e infiltrava o alicerce dos meus sonhos. Cidades inteiras desmoronavam em mim. Não respirava e não sentia falta de ar, enquanto me afastava da superficie podia apenas fitar os olhos da mesma ignorancia que ainda insistia em mover-me.

Sinto saudade das brincadeiras das crianças