sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Fuga do Prólogo

Era fato que estava perdido. Mas precisava repetir tal fato pra si mesmo a todo momento, como se por acaso a lucidez da doença acompanhasse sua cura. Mas não. Longe de um fim, cada vez mais seu ser se dissipava de qualquer identidade, já não encontrava referencias sobre si mesmo e qualquer coisa dita de fora sobre ele parecia uma surpresa da ignorancia. Pensava "estão errados" " nada sabem de mim e tiram conclusões ignorantes " porem quando navegava sobre si em busca de alguma forma para formata-lo encontrava apenas nuvens.
Aos poucos até a memória, cansada das noites mal dormidas, dos dias sem começo, decidiu por abandona-lo e caiu sob um sono tão profundo que se tornou impossivel desperta-la e tudo quanto ele podia se lembrar agora, não passavam de sonhos confusos de sua memória adormecida.

Descansou os olhos enquanto fitava a neblina pesada a sua frente, o unico ponto fixo eram as ondas que rugiam abaixo dele anunciando a tempestade.
Sem cerimonia entregou-se a ela.

Um comentário:

  1. " E entregando-me com a confiança de pertencer ao desconhecido. Pois só posso rezar ao que não conheço. E só posso amar a evidência desconhecida das coisas, e só posso me agregar ao que desconheço. Só esta é que é uma entrega real."

    C.L.

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